sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A ENGENHOCA

O homem destila a vida na destilaria do engenho.
O homem destila o filho na destilaria do engenho.
O homem moído na moenda do engenho
Gota a gota destila a paz, a mulher a vida. Destila seu haver.

A moenda do engenho engoliu o homem.
O tempo do homem o haver do homem.
A moenda do engenho não destila mais só cana
A destilaria do engenho não destila mais só o produto da cana
Especializou-se. Modernizou seus meios de destilar.
Agora destila vida.

O homem devotou-se 35 anos ao engenho
E prostrou-se reverente contemplando para sempre...
Imovível contemplnando...

Na moenda do engenho o homem moído moeu
A vida
O filho
O tempo
A moral
A saúde
Os bens
Moeu o bem.

O engenho disse ordenando: tragam mais homens para moer!
O engenho não pode parar. O engenho quer moer.
A destilaria quer destilar o que o homem moído moeu.

O engenho moeu a lucidez do homem.
O tempo do homem foi moído pelo engenho
Que não tem mais tempo para moer.

O engenho é leal não desampara seus devotos
Fica com eles até o fim.


Autoria: Luiz Flor dos Santos, pastor na cidade de São Gonçalo do Amarante, Ceará na Igreja Batista Fundamentalista Cristo é Vida.

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