MAIS UM DIA ESPECIAL

Hoje acordei com a alma manca.
Não sei exatamente o que a fez assim.
Mas nesse mundo imperfeito não precisa muito
Pra alma ficar amofinada.

Pensando bem acho que hoje acordei com a alma
Amarrotada. Essa idéia a descreve melhor.
Como roupa de tecido caro precisando
Ser passada a ferro quente.

Mas não para voltar ao cabide e ficar guardada.
Mas para adornar e causar boa impressão.
Para os outros e para si mesma.
Mas onde achar o ferro e a temperatura certa?

Não era preguiça física. Essa a gente espanta
Com uma alma alegre. Era preguiça da alma.
Essa não há corpo são que espante.
Acordei cedo e cheio de planos.
Aliás, fui acordado por meus planos.
Mas a alma manca, amarrotada não me deixou avançar.

Resolvi então não fazer nada de sério.
A esperança era de que amanhã alma cansada já se teria
Refeito.
Resolvi que iria escrever sobre meu drama. E cá estou eu.
Alguns vão dizer que eu sou louco. Outros vão passar a vista
Sobre essas linhas e... Só Deus sabe.

Bem, opinião as pessoas terão sobre você de qualquer jeito.
Então me atrevo a fazer conhecido o drama de minha alma.

Não quero parecer presunçoso, mas os salmistas da Bíblia não
Fizeram o mesmo? Registraram para a posteridade suas dores
E alegrias? Como homem tal qual eles foram dou-me ao direito
Que eles se deram. Os outros que cheguem à conclusão que quiserem.

Nesse dia chuvoso em que a alma padecia de frio
Caía sobre mim uma presença aconchegantemente quente
Que a alma afagava. Era não só a presença ou sentimento.
Era a pessoa de meu Pai. Que por todo o tempo não tirou Seus
Olhos qual manto de sobre mim. Aqueceu-me num dia chuvoso.

As horas foram passando e esse aconchego me acompanhando.
Presença firme, forte e acalentadora de quem nem se quer tosqueneja.
Sua presença qual sol aqueceu o frio do deserto quando lá choveu.
Como uma coluna de nuvem refrescou o deserto quando o calor se
Tornou insuportável.

Acho que agora sei porque Moisés contando já com mais de cem
Anos não titubeava em subir o Monte de Deus e passar lá quarenta
Dias e quarenta noite se alimentando apenas da presença do Pai das
Consolações. Queria conforto quando o frio caía sobre sua alma.
E muitas vezes era Deus quem o chamava ao monte.

O dia ainda não terminou e continuo com a alma manca.
Mas que me importa? Meu Pai está comigo e seu colo á minha disposição.
Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas.
Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida. Habitarei na casa do SENHOR por longos dias.

Autoria: Luiz Flor dos Santos, pastor na cidade de São Gonçalo do Amarante, Ceará na Igreja Batista Fundamentalista Cristo é Vida.

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