quarta-feira, 17 de junho de 2009

A PULSEIRA

Quando menino encontrei por acaso uma pulseira da cor de ouro. Sempre gostei de pulseiras, embora não as use com freqüência. Acho bonito usá-la junto do relógio. Fiquei encantado com minha pulseira. Porém, não acreditava que ele fosse realmente de ouro. Por isso por muitos dias ficava sem usar a minha pulseira com medo de que ela perdesse a cor dourada. Ela tinha um valor especial, mas só para o meu deleite de vê-la vez em quando em meu pulso especialmente para me exibir para as moças. A cor da pulseira, amarelo ouro proporcionava um charme especial a um garoto pobre.

Um dia, sofrendo de uma tremenda necessidade pensei em vender meu dengo. Queria comer o que na minha cidade se chamava de “pão passado”. Pão passado era o pão vendido numa mercearia, “budega”, como na infância se chamava o que hoje se diz mercearia. Mas, eu queria comer pão passado à vontade, longe dos olhos de meus pais e irmãos até matar o desejo. Foi aí que pensei em vender a pulseira.

Mas, aquilo que eu achava sem valor, quando encontrei alguém honesto, claro, que a quis comprar foi que fiquei sabendo de seu verdadeiro valor. Ela era de ouro mesmo. O sujeito, embora honesto não disponha de muita condição para me dar um bom dinheiro pela pulseira. Eu como queria mesmo somente dinheiro suficiente para comer pão passado recebi o que ele ofereceu. Corri para a “budega” e comprei pão passado e comi à vontade. Que aventura saborosa do tempo de menino.

Esse episódio veio-me à mente recentemente quando sei lá porque sonhei com essa pulseira. Charme da infância. E fiquei pensando que quando não sabemos o valor das coisas as relegamos ao valor de nada. E não damos a devida atenção. Muitas dessas coisas quando descobrimos o valor já não estão mais conosco. É a nossa saúde, nossos amigos, os estudos de que não demos o devido valor no tempo certo, o dinheiro que gastamos desnecessariamente, por exemplo.

Também ocorreu-me pensar que muitos estão se aventurando pelo mundo do alcoolismo, das drogas ilícitas, do adultério, do crime, brigas por não saberem o verdadeiro valor que temos. O valor da sobriedade até perdê-la em clínicas de recuperação. O valor da família até estarmos sós. O valor do tempo para não desperdiçarmos, mas usá-lo com prioridade.

Não faça como eu fiz com minha pulseira. Não se desfaça das coisas de valor para satisfazer um desejo fútil e passageiro. Avalie antes, pois para algumas coisas não há preço. Graças a Deus que vendi a pulseira não minha vida como muitos têm feito para os vícios, para as drogas, para a violência, para o crime, para a solidão e a tristeza de uma família destruída pelo álcool, pelas drogas, pela morte prematura por causa do crime, pelo adultério de um marido ou mulher infiel que causa dor a seus filhos.

Pense nisso!

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